terça-feira, 30 de janeiro de 2024

De novo Pedro Homem de Mello

 Isto porque me chegou às mãos um exemplar dos CADERNOS VIANENSES Tomo 36 do ano de 2005 que me foi oferecido pelo meu amigo Ernesto Paço e no qual se encontra um texto da sua autoria 

- O POETA PEDRO E A PROSA DE RUBEN A.

Acontece que nesta mesma edição o Nosso e saudoso Francisco Sampaio, escreve um texto...

CENTENÁRIO DE PEDRO HOMEM DE MELO

Pedro Homem de Mello: Poeta                                                                Um homem de saberes, um homem de cultura

Acontece também que neste texto Francisco Sampaio comete uma imprecisão que pode levar o leitor a uma conclusão errada do espirito da versão primeira da CANÇÃO DE VIANA texto poético de PHM constante no seu PECADO - 1942

Aqui vai a fala de Francisco Sampaio:

FIM DA TRANSCRIÇÃO

Acontece que Francisco Sampaio omite os nove primeiros versos do PECADO e a última quadra não existe. 

- E então a que Viana se referia PHM no texto original?

De reparar que é o próprio PHM a dizer que Viana é essa,  a dele, a do poema...

Minha terra é Viana - sem dúvida!

São estas ruas compridas                                                                      são os navios que partem                                                                      E são as pedras que ficam                                                                  É este sol que me abrasa                                                                      Estas sombras que me assustam...                                                        A minha terra é Viana...

Ai! este sol que me abrasa                                                                    E estas sombras que me assustam

E às tantas não seriam apenas as sombras das ruas que assustariam o Poeta.

A mim outras coisas me assustam em Viana. 

A História, por exemplo!

- Mas então porque  é que no livro PEDRO de 1975 aparece a Canção de Viana com aquela última quadra que não mais é que uma exaltação feérica e "folclórica" que nada em a ver como "amargo" final do texto constante no PECADO.?

Num faço ideia se PHM explicou o acrescento. Eu acho (também sou achista) que foi para dourar a pílula. Belo rima com Castelo e deu muito jeito o crisma da Dona Maria para que Viana ficasse enaltecida na fotografia.

É que muito antes de me aperceber destas "nuances", teria os meus onze ou doze anos, assisti no Barracão dos Touros na Argaçosa a um festival folclórico das Festas da Meadela. E quem o apresentava era precisamente Maria Manuela Couto Viana. E sou testemunha que a ouvi recitar este Poema precisamente com esta tal quadra final.

E estou plenamente convencido que Maria Manuela Couto Viana teve uma influência decisiva na explicação desse acrescento.

É que no meio da exaltação folclórica de danças e cantares, dos vermelinhos de Areosa dos brancos de Perre, dos azuis, dos verdes  e dos vidrilhos de Santa Marta, não dava muito jeito terminar a apoteose com um susto!

lopesdareosa



Sem comentários:

Enviar um comentário