quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Novecentos Campos de Futebol

 Publicado no ALTO MINHO de 30 de Dezembro de 2020



Estou a pensar se é pretenciosismo ou generosidade!

Esbarrei com esta no ALTOMINHO da semana passada!

Em primeiro lugar aos agricultores de Afife Carreço e Areosa, saíu-lhes a sorte grande.

Como nestas freguesias, o seu total anda pelas duas (?) dezenas tocará 45 campos de futebol a cada um!!!

É evidente que a notícia se deve referir aos proprietários que serão cerca de 900 (novecentos).

Depois aquela de Viana devolver...etc e tal!

- Devolver o quê???

- O que nunca lhe pertenceu???

- O que sempre foi dos respectivos Proprietários???

Depois há umas afirmações deveras curiosas:

O novo plano (um tal PIER) retomou

"Um processo de emparcelamento das veigas daquelas três freguesias iniciado em 1989, e que está desajustados ds seus objectivos e funções face à actualidade"

Em primeiro lugar
O processo de emparcelamento das veigas daquelas três freguesias não foi iniciado em 1989!

Foi iniciado na primeira metade da década de sessenta tendo os tecnicos da então Secretaria de Estado de Agricultura ( aiinda não havia ministério se não me angano) elaboraram a "restituição" de todas as leiras e realizaram a sua classificação segundo o seu valor como terenos de cultivo em Classes - de 1ª de 2ª e de 3ª. Havendo ainda alguns, poucos, classificados como de 4ª e 5ª.

Essa restituição foi feita em cima da fotografia aérea com finos traços em nanquim vermelho representando todas as leiras mesmo as mais pequenas. Completavam oo processo, fólios contendo o nome de cada um dos proprietários, suas propriedades e respectiva matriz predial, constando aí, áreas, confrontantes e sitios.

Todo este trabalho o vi muitas vezes nas instalações do MA alí na Rua de Aveiro Agora não sei se alguém sabe onde pára esse espólio.

Sobre esse trabalho ainda podem indagar junto ao Eng. Alexandre Marta protagonista do mesmo e que ainda pára no meio de nós. É só falar com ele!

Depois podem também contactar com um tal Armindo, que já em 1989, lhe passou tudo pelas mãos.

E também falar com o Areosense Eng Fernando Viana e perguntar-lhe se o paleio do Lopes tem alguma consistência.

Em segundo lugar o tal emparcelamento
"...está desajustados ds seus objectivos e funções face à actualidade"

Quem disse issso???

- Será que na actualidade não se pratica mesma coisa que em 1989???

Em Areosa perguntem ao Ernesto Minas ou àqueles que cultivam os terrenos do Malheiro Reimão

Em Carreço perguntem aos Cachoilos e em Afife ao Manel do Simão

MAIS

"Passaram 31 anos e houve mudanças na utilização do solo, nas tecnicas agrícolas e novas abordagens agricolas. Os agricultores queriam evoluir, mas o plano não comportava as novas realidades"

- Que Agricultores???

- Quais foram os que se queixaram de algum constrangimento??

- De que ordem serao então esses constrangimentos de que os agricultores queixam???

MAIS

"Actualmente alguns do uso dos terrenos são as silvas"

Hoje são as silvas, mas classificados como terenos de 1ª, 2ª e 3ª, amahã poderão continuar a ser agricultáveis. Se desvirtuarem essa classificação e lhes dão outro destino, é que não!

MAIS

"Como não havia um plano específico para o emparcelamento não se podiam aprovar projectos por insuficiência legal."

- Que diabo de projectos seriam esses que não se pudessem aprovar com a veiga classificada como está???

MAIS

"Muitos agricultores, estamos a falar de dezenas, que têm terrenos nesta zona, deixaram de os utilizar porque a agricultura que foi pensada em 1989, hoje não faz sentido."

Ora os agricultores que eu conheço, que têm terrenos nesta zona,não deixaram, ainda, de os utilizar

O que eu sei é que não aparece quem queira fazer lavoura, a tal agricultura familiar incluida, por já não haver espaços para instalar infraestruturas de apoio - instalações para colheitas, instalações para recolha de gado, instalações para aparcamento de máquinas.

O espaço onde tradicionalmente esses estruturas existiam, Quintas, Casas de Lavoura, e outras propriedades com dimensão para tal, esse espaço foi sacrificado ao betão e cimento armado.

Os PDMs não zonaram áreas para a instalação dessas infraestruturas de apoio à lavoura.

E hoje mesmo que haja quem se dedicar a essa actividade mesmo aproveitando as casas de lavoura que ainda existem, o PDM não deixa e a Câmara não dá licença de utilização.

Este fenómeno deu origem a uma situação anacrónica!

Sendo Areosa uma freguesia rural com uma das maiores áreas de veiga contínua, do Alto Minho, complementada por um monte como dobro dessa área, aqui a lavoura vai desaparecer.

Depois do Ernesto, depois dos do Ribeiro, depois do Barreiros da Igreja, Depois do Álvaro da Moura e de mais de meia dúzia de reistentes, em Santa Maria de Vinha a lavoura vai acabar. Virão depois os de fóra (como os de Esposende, ou os de Perre) pois tendo, na terra deles essas estruturas, falta-lhes o terreno arável que vai sobrar aos de Areosa.

Acho que o nosso interlocutor de quem reproduzo as falas, não se quereria referir aos agricultores mas sim aos proprietários, cuja preocupação não é a lavoura nem que os seus terrenos estejam classificados como RAN para os quais o que faz mais sentido é que deixem de o ser!.

Fim do primeiro capítulo

António Alves Barros Lopes






















NNão Deixa de ser curioso o título

- Quando é que Viana tomou conta daquilo que pertencia aos agricultotes pra lhes devolver agora???

Desde já dois textos por mim publicados quanto:

- À circunstância







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