segunda-feira, 17 de julho de 2017

Faltam casas em Portugal

Ou falta juízo?

Notícia do Imobiliário  do PÚBLICO em 14 de Julho de 2017 - Ver

Em cabeçalho:

Escassez de oferta determina subida do preço das casas.
Seguindo:
"A falta de oferta de habitação continua a ser um dos principais fatores a influenciar  o aumento dos preços, num cenário de crescimento da procura.
Segundo o último Portuguese Housing Market Survey, inquérito mensal de confiança realizado pela Confidencial Imobiliário (Ci) e pelo RICS junto de mediadores e promotores imobiliários, os inquiridos antecipam para os próximos 12 meses um aumento dos preços das casas em torno dos 4% a nível nacional, expetativas que se robustecem num horizonte a cinco anos, no qual se espera um aumento médio de 5% a ano.

“Para os agentes inquiridos, a escassez da oferta é a principal restrição à sua atividade e também o principal fator que está a determinar a evolução dos preços. Esta situação deverá dominar as tendências nos próximos meses”, explica Ricardo Guimarães, diretor da Ci. 

Por outro lado, “os preços estão a começar a subir de forma generalizada em todo o território nacional e já não só nas principais cidades, o que pode induzir um ponto de viragem no mercado. Ou seja, este contexto pode impulsionar o desenvolvimento e o financiamento de novas casas, reduzindo assim o desajustamento entre a oferta e a procura. Mas tal vai demorar a acontecer”, 
diz Ricardo Guimarães."

Em maio, a pressão sobre a oferta voltou a acentuar-se, com as colocações de casas para venda a cair nos dois últimos meses, sendo a região do Algarve aquela que reportou a quebra mais significativa. Ao mesmo tempo, as vendas acordadas continuaram a subir pelo 16º mês consecutivo e a procura por parte de novos compradores também manteve um crescimento sólido, sendo Lisboa a região onde se verificou um aumento mais expressivo desta procura. Já em termos de vendas, todas as três regiões (Porto, Lisboa e Algarve) registaram aumento de transações e espera-se que esta tendência se mantenha nos próximos meses. 

No mercado de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários também continua a crescer, embora tenha registado em maio uma ligeira desaceleração. Em sentido contrário, a oferta por parte dos proprietários, continua a cair de forma acentuada, um desequilíbrio que, tal como no mercado de compra e venda, tem mantido as expetativas relativas ao crescimento das rendas em alta"

Finda aqui o texto integralmente citado. Os realces a vermelho são da minha lavra.

O suficiente para concluir que para muita boa gente, mediadores e promotores imobiliários incluídos - e principalmente - Portugal é Lisboa e o resto é paisagem! Quanto muito o conceito estende-se pelo Porto e pelo Algarve. No entanto nada impediu aos tais senhores de tal inquérito estender a coisa para o nível nacional.
Mas será verdade?
- Claro que não!
Vejamos o resultado dos últimos censos referidos a 2011


há mais casas vazias e sobrelotadas no país – resumo 2012 

30 dezembro 2012, 23:45

" este ano foram conhecidos novos dados sobre o panorama do parque habitacional 
português, graças ao censos 2011. e como seria de esperar muita coisa mudou nos 
últimos dez anos, comparativamente com o censos 2001. em jeito de síntese, há 
mais edifícios, há mais casas desabitadas, há mais casas sobrelotadas, há mais 
casas para arrendar e há mais edifícios devolutos
os dados do censos 2001 permitem desde logo concluir que há muito mais 
alojamentos em portugal que famílias. ou seja, o número de alojamentos 
existentes no país superou em 45% o número de famílias, pelo que existem 
mais 1,8 milhões de casas do que famílias. uma situação que aumentou a 
olhos vistos com o passar dos anos, já que em 1981 existia uma 
situação relativamente equilibrada: o número de casas era apenas 16% superior 
ao de famílias
se actualmente o sector da construção atravessa uma das piores fases de sempre, o 
mesmo não se verificou entre 2001 e 2011, já que o número de edifícios em portugal 
aumentou 12% durante esse período, para 3.544.389. já o número de alojamentos 
aumentou 16%, para 5.878.756. os dados recolhidos permitem ainda concluir que 
a maior parte dos alojamentos (57,8%) são vivendas com uma ou duas famílias
o excesso de construção no passado e a falta de condições para ter casa própria fazem com 
que haja muitas casas vagas no país. numa década, o número cresceu 35%, havendo actualmente mais de 735 mil casas desabitadas, sendo que a maior parte está pronta a 
habitar
igualmente reveladores são os dados relativos ao número de casas sobrelotadas
há mais de 450 mil no país, sendo que a maioria destas habitações, que têm moradores 
a mais para o espaço disponível, precisa de mais uma divisão. mas em cerca de 80 mil 
imóveis era necessário haver mais duas assoalhadas
apesar de o mercado de arrendamento ter cada vez mais adeptos, os portugueses
continuam a ser maioritariamente proprietários. em 2011, 73,2% dos cidadãos 
nacionais eram proprietários, 19,9% eram arrendatários e 6,8% encontravam-se 
noutras situações
ainda assim, existem no país cada vez mais casas para arrendar, não sendo de estranhar, 
por isso, que o número de casas vazias destinadas para arrendamento tenha 
aumentado 37,6% entre 2001 e 2011, de 80.094 para 110.207
outro dado curioso diz respeito ao número de famílias com rendas antigas  anteriores 
a 1990 –, que diminuiu mais de 40%: eram 430 mil agregados e actualmente são 255 mil.
refira-se que os principais alvos da nova lei das rendas – entrou em vigor em novembro – 
têm mais de 65 anos e pagam menos de 50 euros de renda
recentemente, em novembro, a confederação portuguesa da construção e do 
imobiliário (cpci) veio a público revelar que a grande maioria (62,4%) dos 
contratos de arrendamento em portugal correspondem a uma renda inferior a 
300 euros. as rendas superiores a esse montante equivalem “a apenas 297.345 
contratos, ou seja, 38% do total” dos contratos, concluiu a confederação
a mesma entidade traçou, em dezembro, um cenário negativo para o parque 
habitacional português, salientando que o mesmo está “longe de suprir as necessidades 
efectivas das famílias portuguesas
Fim de citação.
Daqui saliento que em 2011 havia em Portugal 735 mil casas desabitadas!!!
Mesmo assim a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (cpci) veio a público traçar, nesse dezembro, um cenário negativo para o parque habitacional português, salientando que o mesmo estava “longe de suprir as necessidades efectivas das famílias portuguesas
Fim de citação
Vá-se lá saber por que é que quando faltam habitações certas entidades defendem mais construção nos locais onde já há betão e cimento armado a mais!

Passado este tempo aconselho os interessados a ir a Pedrógão e arredores.

Fogo de Pedrógão Grande destruiu quase 500 casas
Em comunicado, o Governo afirmou que ficaram destruídas 169 casas de primeira habitação, 205 de segunda e 117 devolutas. O Governo reúne-se na segunda-feira, em Figueiró dos Vinhos, com os presidentes de câmara dos concelhos afetados pelos incêndios
2017-07-01 18:24/ SS - atualizada às 18:36

SÓ EM PEDRÓGÃO  O INCÊNDIO VEIO MOSTRAR, PELAS PIORES RAZÕES,  QUE NAS SUAS REDONDEZAS EXISTEM 117 CASAS DEVOLUTAS E AINDA POR CIMA DESTRUÍDAS.

Depois há quem diga que fazem falta mais casas!

O que tem faltado é juízo para colmatar o despovoamento.

E a maior das ironias ainda está para vir!

Os maiores responsáveis pelo descalabro irão, lacrimosos, atrás do caixão de Gonçalo Ribeiro Telles se lhe sobreviverem!

tone do moleiro novo

( Phôda-se o gajo! Chaga siflítica!!)






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