terça-feira, 14 de maio de 2019

Verde que te quero verde



Verde  que  te  quero  Verde



A humanidade  deu em parir uns seres que não resistem à                                                                                                                   tentação de distorcer a realidade !


- Uns, aldrabões, vão para a política.


-  Outros dedicam-se à poesia!


Estes, percorrem  vários caminhos. A  alguns  basta saber 

escrever,  para o que  ficam aptos logo na  primeira classe.

 (Às vezes nem esperam por  isso!) 


Para outros, que pintam, a coisa apresenta dois problemas; 

ou nascem dotados ou têm que aprender a técnica. 

No  entanto  convém que não sejam daltónicos. Já os que escrevem podem sê-lo  pois referindo-se a uma cor, ninguém sabe se acertam:

O João de Monção quis ser Verde.

Verdes são os de Gontinhães.


Garcia Lorca queria que  o verde  fosse mesmo verde.


O caminho de Carmelo Larrea Carricarte era verde.


Pedro Homem de Mello dizia que a sua canção  era verde .                                                                                                Olhou para um rapaz e  disse que a camisola 

dele era verde!



Temos um vinho dito verde que afinal, indo do lilás ao 

amarelado, não é verde!


Há o verde de Viana que é pedra mas não de castelos!



Mas Fernando Pessoa virou a percepção de patas para o 

ar. 


Eu explico. O nosso engano resulta, tantas  vezes,  de  

erros de percepção!



– E se os erros de percepção resultam afinal do nosso 

   engano???


- E se, mesmo errando  na percepção, não estamos                                                                                                              enganados?

       
O Poeta é um fingidor
Finge constantemente
Finge que o verde é a cor
Quando o  é  verdadeiramente


Daí  que fico baralhado.


- O Verde que eu vejo afinal não é  verde  mas  eu acho que é       

verde?


Ou


- O verde que eu vejo é verde mesmo!



Mas aqui eu não posso dizer que não é verde pois não  vejo outra 

cor.


Chego à conclusão que os teus olhos são mesmo

Olhos  Verdes





Tens olhos verdes

Sussurro matinal

Dourado  dos cabelos  derramados

Num sonho de  tempestades  celebradas

com  beijos quebrados

Nas  veredas  do teu corpo.

Olho para ti

Dádiva  divina

Lição que nenhum livro ensina

Serás Real?

Toco-te  a medo

de  te  acordar

num quero que tu saibas

do meu segredo

de  te  amar

Tens olhos verdes

Só eu sei que tens olhos verdes

Não sabes que tens olhos verdes

Nem sabes que tu me  perdes

 por te encontrar

Olho em ti

Tempestades de cabelos dourados

derramadas

no meu sonho matinal

não te quero despertar

só quero que o teu sono ouça

que a minha boca

tem o sabor húmido, macio  e quente

dos amantes  em  noites segredadas


( Se  te acordar não saberei mais palavras para  te  dizer . 

 - Olho para ti e  sei que tens olhos verdes)


tone do moleiro novo

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