sábado, 30 de janeiro de 2016

UNHAIS DA SERRA

A história começa em Moçambique!

O meu amigo Silvestre Lomba contou-me que um dia, numa daquelas festas de homens que acabam em bebedeiras e dedilhações de viola a fingir que é fado, iniciou um improviso alusivo ao dito cujo:

Chorai fadistas chorai
que a Severa morreu
Fadistas como a Severa

Aqui chegado engasgou e como tinha que acabar a quadra, rematou:

Nunca houve nem haveu!

É claro que a gargalhada geral, sóbria no discernimento, se sobrepôs à bebedeira.

Aqui chegado este texto poderia ter este titulo:
 
REAVEU
E escrevo assim sem H dado que desta forma ( reaveu)  nunca alguém tenha rehavido ou rehouvesse algo que lhe tivesse sido retirado.
 
Isto porque ontem no intervalo dos programas "Sexta ás nove" e "Big Picture"  no Canal 1 da RTP, num spot de promoção a um outro programa, este "Linha da Frente",   a exibir hoje sábado dia 30/01/2016, iria tratar de uma Quinta em Unhais da Serra, cuja família proprietária rehaveu essa quinta, anos depois de ter sido ocupada e expropriada. Dito assim mesmo, dito no discurso directo!
 
E ainda hoje no Bom Dia Portugal, entre as oito e as nove da manhã, a coisa foi repetida.
 
O espanto é que uma entidade que nos bombardeira todos os dias com o "Assim se fala em  bom português", e muitas vezes em esforçadas tentativas de branquear o tal AO, se dê ao luxo de ter alguém a dizer que uma família rehaveu aquilo que lhe pertencia.
 
Razão tem o meu amigo Albino do Chove quando me disse, à mesa do café, que aquilo que o berço não dá Salamanca não ensina.
 
De facto a conjugar o verbo haver aprendia-se ( no meu tempo!)  na escola primária! 
 
Tone do Moleiro Novo


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