domingo, 11 de setembro de 2011

PONTE DE LIMA

PONTE DE LIMA



Adeus Ó ponte de Lima
Adeus Largo de Camões
Foi aqui que se encontraram
Os nossos dois corações

Adeus Ó ponte de Lima
Adeus largo de Camões
Adeus tigela de Vinho
Adeus prato de rojões

Quem não foi às Feiras Novas de Ponte?

Não há festas como as da Nossa Senhora das Feiras Novas. Lá dizia o meu amigo Camelo.

Quem não passou as noites de Sábado, de Domingo e de Segunda no Largo de Camões?

Quem não sentiu sortilégio do fogo e da música das orquestras Galegas?

Quem não sentiu a magia dessas noites que parecem ter menos horas ?

Quem não viveu os cambiantes que apenas se podem encontrar numa noite de romaria no Alto Minho?

Eu uma vez fui a Ponte. Dei comigo na alameda junto ao Rio.
Lembrei-me duma quadra da autoria do meu amigo Mário Caldeira Pedra também ele do Lima apaixonado.



“Se o Lima Secasse um dia
como fonte que morreu
outro rio correria
dos olhos que Deus me deu”


RIO LIMA

Meu amor para te ver
eu subi o Rio Lima
ao som desta concertina
até ao amanhecer
eu ao Rio fui beber
aquilo que não sabia
e senti que ficaria
mais vazio desde então
de luto o meu coração
se o Lima secasse um dia

mas sem contar, de repente
( no Outono o frio já corta)
numa carícia já morta
tu me deste um beijo ausente
e a terra confidente
debaixo de mim tremeu
tu disseste o que eu
se pudera não ouvira
que o teu amor acabara
como fonte que morreu

Perguntei então e eu?
que vou fazer ao que eu sinto
vou fechá-lo num recinto
à espera que tudo acabe?
que mais cedo ou que mais tarde
disseste que assim seria
que eu também te esqueceria
disseste na despedida
que ainda na minha vida
outro rio correria

Mas o Rio é sempre igual
nem sequer as pedras mudam
e sempre que as águas subam
me há-de lembrar afinal
pra meu bem ou pra meu mal
tudo o que me aconteceu
enfim o lugar que é teu
ficará no pensamento
e verás constrangimento
nos olhos que Deus me deu

(Publicado na A AURORA DO LIMA em 21-12-83)

Lopesdareosa

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