sábado, 11 de junho de 2011

AS DA CHÃOZINHA DE GONDARÉM

As da Chãozinha de Gondarém
Vila Nova de Cerveira, Alto Minho, Portugal


Nos fins do século dezanove, início do século vinte, começaram a aparecer no Norte de Portugal os primeiros diatónicos imediatamente baptizados de  HARMÓNICOS.
O aparelho era um intruso no meio dos instrumentos tradicionais – as flautas, cordofones e gaitas. De fácil manejo o Harmónio foi pouco a pouco sendo adoptado por todas as comunidades rurais – da Serra, do Vale e do Litoral -  ao qual facilmente adaptaram as simples melodias das músicas tradicionais. Estas melodias assentavam principalmente no suporte musical das danças populares dos terreiros e das romarias –
Os Fandangos, os Viras, as Chulas, as Canas Verdes, as Gotas. Mas também o canto singelo como é exemplo o Ritmo da Cana Verde que serve de suporte às Cantigas ao Desafio.
( Versolaris).

O Tocador de Harmónio, mais tarde conhecido pelo Tocador de Concertina – e não se sabe porque é que a partir de meados do século vinte se passou a chamar  Concertina ao Acordeão Diatónico – passou assim uma figura incontornável nos bailes, nas festas e nas Romarias.

O Tocador da Concertina passou assim a ser o herói das parrandas. Não só tocava como cantava e dançava, muitas das vezes tudo ao mesmo tempo.

E se este fosse jovem e bem parecido logo à sua volta mais facilmente se juntavam ranchos de raparigas para com ele competirem nas danças e cantigas ao som da Concertina.

As da Chãozinha de Gondarém, não interpretam música popular Elas cantam da mesma maneira que sempre cantaram desde que nasceram. Cantam como sempre cantaram durante os duros trabalhos nas veigas e nos montes de Gondarém, junto ao Rio Minho, em frente à Galiza. São quatro de onze irmãs; a Adelaide, a Amabélia, a Fernanda e a Olímpia. O repertório é o da tradição de Gondarém. Não há ensaios de salão. Estes ainda hoje se fazem durante o ano pelas feiras e Romarias do Alto Minho. Santo António, S. João, S. Pedro, Santiago, S. Lourenço, S. João d’Arga, Peneda, Feiras Novas de Ponte de Lima.
dos outros.
Ouvir as da Chãozinha é ouvir os mais primitivos dos sons da nossa tradição oral.
Aqui em ARSÈGUEL em 2005
Dos Tocadores de Concertina, de fracos em relação ás cantadeiras, pouco há a dizer. Um é o João Barrigas,  também ele irmão das da Chaõzinha, único varão vivo da tal  geração de doze irmãos.
O outro é o Lopes d’Areosa. O das trancanhetas é o  Joaquim, casado com a Amabélia.

Tone do Moleiro Novo 2006
 

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