AFIFE POR SER AFIFE - II
Já em tempos publiquei aqui na A AURORA DO LIMA, 01 de Agosto de 1984, um texto com este título AFIFE POR SER AFIFE. Tendo por motivo a falta de um critério que respeitasse Afife no que tocava à ocupação urbanística. Mais em particular na berma Nascente da EN13
Volto a fazê-lo, invocando a paixão que tenho por Afife, "doença" contraída em Setembro de 1963 quando, pela primeira vez, vi Afife.
Cheguei (de bicicleta) no sábado da festa de Nossa Senhora da Lapa.
E desde então para cá muito tenho aprendido com os de Afife.
Falaram-me do Raul, sapateiro que batia na mulher até consola. Falaram-me da Ofélia das Cachenas, que afinal acabei por conhecer pessoalmente.
Falaram-me dos Serões da Catúa muito anteriores à minha chegada. Mostraram-me o Cútro. E ouvi o da Garrida, o Lua, o Camões e o Rabú, a tocar concertina. E muito mais!
Acabei por fazer uma casa em Afife. No entanto ainda não sou afifense em pleno.
Paraquedista sou-o de certeza!
Tenho o “brevet” passado pelo Batalhão de Caçadores ali em Tancos no ano de 1969. Mas para não ser paraquedista, em Afife, ainda tenho que aprender muito.
E é por isso que escrevo estas linhas pois muito gostaria que me esclarecessem, os de Afife e/ou qualquer outra entidade envolvida, as seguintes questões;
Li na A AURORA DE LIMA de 17 de Julho de 2025 que era intenção da Junta de Freguesia de Afife vender um terreno sito na Fonte Gatenha, Artigo inscrito na Matriz Predial Rústica nº 2556. Acontece que da descrição apenas consta a sua área. Não constam os confrontantes nem a sua natureza. Ora o certo é que na Matriciação de 1939 esse terreno está assumido como sendo Baldio. E o que é do meu conhecimento, porque os de Afife é que me informaram, é que foi precisamente essa qualidade de Baldio a invocada. para impedir que tivesse sido vendido um terreno situado nesses mesmos lados. Tendo alguns afifenses sido chamados a tribunal por causa disso.
Isso foi o que me constou.
-Ora como os Baldios não podem ser vendidos como é que agora este pode???
Muito tenho ainda que aprender com os de Afife. Talvez em cima desses conhecimentos, Areosa, consiga vender os seus!
Um outro caso é ter havido na terça-feira 15 de Julho de 2025 na uma reunião, em Afife com os proprietários na veiga, promovida pela Câmara de Viana do Castelo com a finalidade de informar que era intenção da Câmara continuar com a ECOVIA nos terrenos agrícolas integrantes no Projecto de Emparcelamento, no seu limite a Poente, em cima dos topos das propriedades de cada um. Propondo a aquisição ou expropriação das parcelas necessárias.
Aqui pergunto agora uma coisa muito simples.
Dado que o Senado da Câmara de Viana do Castelo, aforou, aos MORADORES DE AFIFE, os terrenos do Rossio entre o muro da veiga (e de outas propriedades) e o mar numa largura média de sessenta e quatro metros e entre o limite com Carreço e Âncora… isto em 17 de Janeiro de 1863 !
- Por que é que a Ecovia não passa nesses terrenos e se evita de chatear os proprietários de terrenos agrícolas para passar uma estrutura que pode muito bem passar pelos terrenos comunitários?
E esses terrenos são de fácil identificação. Pelo lado do Norte e desde o limite com Âncora, são mil e seiscentos e vinte e tês metros para Sul e de largo, ,quarenta e quatro metros medidos desde o topo Poente das leiras da Veiga até à borda do mar. E pelo lado do Sul e desde o limite com Carreço, são novecentos e sessenta e tês metros para Norte com uma largura pelo Norte, sessenta e dois metros e pelo sul oitenta e oito metros medidos desde o topo poente das leiras da veiga até à borda do mar.
Faço esta pergunta pois a resposta muito me ajudará a acrescentar os meus conhecimentos sobre Afife de que tanto gosto!
Afife 22 de Julho de 2025
António Alves Barros Lopes
NOTA
Texto Publicado na A AURORA DO LIMA em 7 de Agosto de 2025
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