domingo, 15 de março de 2020

A TRILOGIA DA MERDA

Isto porque me proponho escrever três textos sobre este particular e empolgante tema.

A MERDA!

E para colocar em sentido os ofendidos com o léxico, lhes posso dizer que a coisa tanto no real como nas escrituras, já existia antes de eu ter nascido! 

Ou seja...- não invento nada!!!

Socorro-me no entanto ao DICIONÁRIO COMPLEMENTAR DA LINGUA PORTUGUESA de Augusto Moreno, da Editora Educação Nacional de Adolfo Machado, Rua do Almada 125 PORT, em 1954.

O que desde logo dá o cunho de "educada" a uma palavra que segundo essa obra
- 6ª EDIÇÃO MELHORADA - estava em rigorosa harmonia com as bases do Acordo Ortográfico Luso Brasileiro de 1945. Aqui vai a evidência na página 873 dessa obra.







































Ah! - Esta palavra MERDA também pode ser encontrada  na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira e não consta que tivesse havido grandes alterações no actual acordês.

Indo mais directo ao assunto, venho falar de Areosa, freguesia iminentemente rural, mas que devido não só à erosão dos tempos mas também por imposição do PDM, tem progressivamente abandonado as boas práticas de convivio das suas gentes com o monte, com a veiga e com o mar para se transformar num dormitório da vila mesmo aqui ao lado.


No entanto para além dos dorminhocos ainda há gente laboriosa e que resiste ou vai resistindo, até que um qualquer urbano assovelado no meio, se queixe dos maus cheiros. 

Porque:

AINDA HÁ ESTRUME (1) EM AREOSA!!!



E se há estrume é porque  ainda há eidos! E porque  ainda há estriqueiras.

Isto até que um urbanoide se queixe! 

Ou as autoridades vierem dizer que a aldeia não é para casas de lavoura nem a veiga para seu destino.

E a única inibição que me poderia impedir de escrever este texto é precisamente essa perspectiva - a que por minha causa  vá, quem trabalha e não dorme, ser incomodado! 

Desde tempos imemoriais a nossa e do gado, MERDA era misturada com o restolho do monte o o argaço do mar.  

E também por isso chegou até nós uma das mais produtivas terras de que dispomos. 

Sempre foi o ESTRUME acondicionado em  paralelepipédicas   pilhas nos topos das leiras e depois desfeitas e espaladas em tempos de sementeira.


Quando essa prática acabar ficará a memória que até já teve o desvelo da nossa intelectualidade.

Na próxima  oportunidade explicarei este meu "enigmatismo"!



(1) - Manure em Inglês e Fumier em Francês. 
( Isto para demonstrar que sou labrego mas com uns certos conhecimentos!)




Tone do Moleiro Novo

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