quarta-feira, 20 de abril de 2016

A Cana Verde

Não sei porque é que  Fernando de Castro Pires de Lima  chamou à  Chula a  verdadeira canção nacional. Descendente dos de Carreço teria (ou não) frequentado as feiras, festas e romarias onde a chula seria cantada e dançada. E chegaram até nós exemplares notáveis dessa dança desde a de Barqueiros à de Baião passando pela Amarantina de que apenas conheço versões tocadas e cantadas.

Bisneto de Francisco Gonçalves Lima e Maria Pires, de Carreço. Ele da Casado Louvado,  ela da Casa do Pires.

Deveria também ter esbarrado com as rodas da Cana Verde. Celebrações. Instantes mágicos de um sincronismo hipnótico que paralisa na contemplação todos aqueles que não entram na roda. Peneda, S. Bartolomeu, S. Bento do Cando, Sra. Da lapa. Barca, Arcos. Depois aqueles tocadores que parece terem nascido ensinados para aquilo mesmo.

Ora acontece que a Cana Verde, afinal uma dança, transcende a própria dança para se tornar num todo quando se conjuga uma trindade numa amálgama única; o canto, a música e a dança.

Faleceu recentemente um dos protagonistas mais notáveis dessa "cultura". O Sargaceira, tocava como muitos, cantava como poucos, dançava como todos. O que fazia dele uma personagem completa.


Cana verde cantada para os anos do kevin tocada pelo Mike da gaita e Igor Monteiro e Carreira part.2   ver em
Mas vejam agora uma outra faceta. O ambiente alto minhoto em Paris. Muito gostaria eu que os entendidos estudassem o "fenómeno". Coisa que julgo única em todo o território, o pessoal a concentrar-se não só nas romarias mas também nas tardes domingueiras dos Arcos para dançar a Cana Verde. E em Paris! E não é deturpação nem assunto de tresloucados tocadores de um instrumento maldito. É uma coisa bem mais profunda. Basta repararem como ainda se canta e por terras estrangeira!

E tenho quase a certeza que encontrarei esta gente, neste Verão, ou na Barca ou nos Arcos!

lopesdareosa

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