Noite de verbena na Praça de Deu-la-Deu.
Tocam os "Plátanos".
No meio do baile, no meio da multidão, dois olhos amendoados daqueles de que há só dois.
Parecia ter sido feita à imagem de tudo o que num campo de trigo brilha, num dia de Junho, cheio de Sol, em vésperas de colheita.
Mas as águas correm para o Rio e o Rio corre para o Mar.
Não há regresso.
Mas nem tudo vai com as águas. Presas ás margens do Rio Minho, como as pedras da Torre da Lapela, ficam as lembranças.
DOS CASTELOS QUE PEDRA A PEDRA CONSTRUÍMOS
DE GRANITO COMO O DESTE JUNTO AO RIO
SUSPENSOS, PORQUE PENAS, POR UM FIO
DO OURO DE TUDO AQUILO QUE SENTIMOS
OS ADARVES (E OS NOSSOS GESTOS) QUE VÃO SENDO
COISA VAGA DE QUE APENAS NOS LEMBRAMOS
PORQUE FICAM NOS LUGARES ONDE PASSAMOS
VÃO, POUCO A POUCO, ESMAECENDO COM O TEMPO
COM O BARRO - NOSSO OLHAR - QUE FAZ AS JUNTAS
FICARÃO NUM REMORSO PESADO E LENTO
NA POEIRA LEVANTADA PELO VENTO
DO ESTIO
NAS MASMORRAS DO INVERNO EM NOITES FRIAS
COMO AS SOMBRAS
QUE SE ERGUEM AO FIM DA TARDE
NO VAZIO
FICARÃO, DENTRO DE NÓS, EM NOSSAS VIDAS
MESMO QUE O SOL SE PONHA E O DIA ACABE
Tone do Moleiro Novo
Mas nem tudo vai com as águas. Presas ás margens do Rio Minho, como as pedras da Torre da Lapela, ficam as lembranças.
DOS CASTELOS QUE PEDRA A PEDRA CONSTRUÍMOS
DE GRANITO COMO O DESTE JUNTO AO RIO
SUSPENSOS, PORQUE PENAS, POR UM FIO
DO OURO DE TUDO AQUILO QUE SENTIMOS
OS ADARVES (E OS NOSSOS GESTOS) QUE VÃO SENDO
COISA VAGA DE QUE APENAS NOS LEMBRAMOS
PORQUE FICAM NOS LUGARES ONDE PASSAMOS
VÃO, POUCO A POUCO, ESMAECENDO COM O TEMPO
COM O BARRO - NOSSO OLHAR - QUE FAZ AS JUNTAS
FICARÃO NUM REMORSO PESADO E LENTO
NA POEIRA LEVANTADA PELO VENTO
DO ESTIO
NAS MASMORRAS DO INVERNO EM NOITES FRIAS
COMO AS SOMBRAS
QUE SE ERGUEM AO FIM DA TARDE
NO VAZIO
FICARÃO, DENTRO DE NÓS, EM NOSSAS VIDAS
MESMO QUE O SOL SE PONHA E O DIA ACABE
Tone do Moleiro Novo
Lindo poema. Uma pincelada de luz que ficará quando o sol se ponha e a vida acabe. Parabéns Tone do Moleiro Novo.
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