Nem tanto à terra. Nem tanto ao Mar
Noticiou o A AURORA DO LIMA, em 07 de Novembro passado, que se encontrava um petroleiro avariado, ao largo de Viana, (sem castelo). Tratava-se do navio Nissos Rhenia, com bandeira das ilhas Marshal, O navio, que transportava 150 mil litros de gasóleo e que estava a ser reparado ao largo de Viana, (com Castelo), era uma embarcação com 330 metros de comprimento e 60 metros de boca ( largura)
O navio teria sofrido uma “avaria na sua máquina tendo ficado sem propulsão”. Fora socorrido, acompanhado pelas autoridades, e a avaria estaria sendo reparada por uma equipa de técnicos, no entretanto embarcada, num intervenção “complexa” por decorrer “em um espelho de água em vez de uma doca”. O que, até, terá ajudado na reparação pois se o fosse feita em mar encapelado, os técnicos poderiam enjoar no trabalho. ( No meu caso seria certo e sabido!)
O certo é que mais recentemente soubemos que a situação fora resolvida sem incidentes e tinha, o dito cujo navio, retomado viagem até Le Havre, em França.
Mas tudo isto afinal de contas sempre com o risco daquilo que poderia ter sido um desastre ambiental significativo para o ecossistema marinho e costeiro de Viana do Castelo e para as comunidades vizinhas. Pois um eventual derrame desses tais 150 mil litros de gasóleo poderia ter consequências devastadoras para a fauna e flora locais bem como para as actividades económicas dependentes do mar, como a pesca e o turismo.
( Observações retiradas da edição de A Aurora do Lima de 14 de Novembro)
Acontece que 150 mil litros de gasóleo correspondem ao volume de um tanque do duplo fundo, com 15 metros de comprimento ( um vinte avos do comprimento do navio) por 10 metros de largura (um quarto da boca do Petroleiro) e 1 (um metro) de altura. E que mesmo na hipótese, pouco provável, da avaria na máquina causar uma rotura que provocasse tal derrame, sempre este provocaria assinalável poluição se tal sucedesse.
Mas nunca com a gravidade do que aconteceu com o derrame do “Prestige”. Aqui na Galiza, tratou-se de um derrame de 63 mil toneladas de petróleo (crude) e cerca de três mil quilómetros das costas espanhola, portuguesa e francesa, ficaram poluídas. Na Galiza, o setor da pesca e marisco sofreu perdas de mais de 22 milhões de euros e os danos ambientais foram incalculáveis, com 115 mil aves marinhas mortas e 25 reservas protegidas afetadas. (fonte RTP – Noticias)
Por isso estabelecer um paralelo de uma coisa à outra, penso tratar- -se de um razoável exagero!
Nem tanto à terra. Nem tanto ao mar!
Afife, Novembro de 2024
António Alves Barros Lopes
(publicado no A AURORA DO LIMA em 21/11/2024)