- A minha vida dava um romance. Fiz de tudo. De esposa, de mãe, de irmã, de avó. Sei lá! O que eu passei! Se eu soubesse escrevia um livro!
Quem disse estas frases corriqueiras foi a minha mãe numa tarde de Domingo.
E olhei para aquela lavradeira de oitenta anos com a quarta classe e em quem nunca reparei verdadeiramente.
E empenhei uns instantes a olhar para aquela mulher. Realmente nunca reparei nela deveras. Na minha vida, tendo-a até hoje visto todos os dias, passa como entendo serem os anjos da guarda - existem mas não se dá por ela!
Não precisaria de saber ler ou de escrever.
O Seu Livro já estava escrito no meu coração! Nunca será publicado.
Na fotografia a Carminda do Moleiro Novo, por volta de 1939, com o seu fato novo no ano em que foi mordoma nas Festas de Vinha. O portão ainda existe. É o portão da então Quinta da Nena que depois passou a Albergue e que agora é pertença da APPACDM. Por detrás e dentro no meio do jardim, existia uma cascata com um rapaz em barro a arrebitar para a taça e a que eu achava muita graça.
O fato foi-lhe oferecido pela minha avó Rosa, sua mãe. A saia e o avental foram feitos por uma tecedeira de Perre chamada a FELIZQUENTA. A Algibeira o Colete e a Camisa foram feitos pela Palmira do Valença. Os lenços e a Bolsa foram comprados numa casa chamada A LAVRADEIRA em frente ao rio e ao lado do Depósito das Fazendas.
Um detalhe aos Folcloristas e a outros entendidos.Reparem na bolsa que minha mãe usava na mão direita. Não era nenhuma invenção para turista ver. Era moda de então. Era mesmo assim!
Um detalhe aos Folcloristas e a outros entendidos.Reparem na bolsa que minha mãe usava na mão direita. Não era nenhuma invenção para turista ver. Era moda de então. Era mesmo assim!
Assim eram naquela época ,os usos e costumes das mulheres do minho. Sou desse tempo oidentificome completamente co o que vejo e com o que leio.
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