Nem de
propósito.
Publicou a A AURORA DO LIMA, em 17 de Agosto de 2023, um texto meu intitulado AS MULHERES DA MINHA ALDEIA. E esse texto a propósito da então recente iniciativa do PÚBLICO em editar, em 15 fascículos, a obra de Maria Lamas "As mulheres do meu país", publicada também em fascículos entre 1948 e 1950.
Consultando eu uma segunda edição (2002 da
editora CAMINHO) desta mesma, encontrei na página 57 uma alusão a Areosa, não
falando de Areosa.
Ai encontrei uma fotografia atribuída a Aureliano Carneiro apresentando duas mulheres a lavrar numa veiga que eu identifiquei como sendo a de São Sebastião em Areosa. A imagem dessas mulheres que eu identifiquei como sendo da Casa d'Andrel correspondia ou tinha dado origem a um postal colorido posto então em circulação. Esta imagem tinha servido como pano de boca do palco da Sociedade de Instrução e Recreio Areosense.
Mas essa fotografia, no obra citada, vinha legendada da
seguinte maneira
"
Camponesas minhotas da beira-mar lavrando uma veiga em Carreço. Ao fundo a
serra de Agrichousa",
Erro incompreensível
porque
Em primeiro lugar as camponesas minhotas poderiam ser de
muitos sítios à beira mar mas no caso são de Areosa. Aliás a edição do Postal
dizia isso mesmo. Em segundo lugar a veiga não era em Carreço; é em Areosa e é
isso que dizia o tal postal. Em terceiro lugar ao fundo não estava a serra de
Agrichousa! Porque Agrichousa é em Afife, não se avista do local. Não existe
como serra, quanto muito terá o monte à volta com seu nome. E lá ao fundo
o que se via era o encontro (ou divisão) do Monte da Paradela com o da
Penedeira, "frecha" aberta pelo Rio do Pégo. E lá por cima, mais
longe, o alto da Porqueira já em Carreço. E se dúvidas houvesse lá estava a empena
Poente da Sociedade de Instrução e Recreio Areosense, em construção.
Terminava eu
o meu artigo com um lamento
No
entanto, para a posteridade, vai ficar o que está escrito na obra de Maria
Lamas e não estas minhas observações.
Coleccionador de informação, consumidor de cultura, cagaitas abelhudo – curioso – procurei a publicação e folheei-a. Quando deparei (pag. 202) com uma referência a essa tal publicação de Maria Lamas mantendo o mesmo erro por mim assinalado há um ano.
Nem de propósito. Esta recente publicação confirma a minha
premonição. A Maria de Lamas continuará a ser citada e quanto ao borra botas do
do Moleiro Novo que se contente com a disponibilidade de o A AURORA DO LIMA o aturar publicando as suas coisinhas.
Ficam para a
posteridade. Pode acontecer que, no dia do meu funeral, apareçam, como de
costume no dos outros, uns patuscos
daqueles que nunca gabam nada,
ninguém - nem o falecido em vida - e que gabam o falecido depois de morto.
Nota final
Com as
minhas homenagens aos autores das “Memórias de um povo” com este reparo apenas.
Texto Publicado em A AURORA DO LIMA em 17 de Outubro de 2024
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