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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Nem de propósito!

 

Nem de propósito.

Publicou a A AURORA DO LIMA, em 17 de Agosto de 2023, um texto meu intitulado AS MULHERES DA MINHA ALDEIA. E esse texto a propósito da então recente iniciativa do PÚBLICO em editar, em 15 fascículos,  a obra de Maria Lamas "As mulheres do meu país", publicada também em fascículos entre 1948 e 1950. 

Consultando eu uma segunda edição (2002 da editora CAMINHO) desta mesma, encontrei na página 57 uma alusão a Areosa, não falando de Areosa.

Ai encontrei uma  fotografia atribuída a Aureliano Carneiro apresentando duas mulheres a lavrar numa veiga que eu identifiquei como sendo  a de São Sebastião em Areosa. A imagem dessas mulheres que eu identifiquei como sendo da Casa d'Andrel   correspondia ou tinha dado  origem a um postal colorido posto então em circulação. Esta imagem tinha servido como pano de boca do palco da Sociedade de Instrução e Recreio Areosense.



Mas essa fotografia, no obra citada, vinha legendada da seguinte maneira

" Camponesas minhotas da beira-mar lavrando uma veiga em Carreço. Ao fundo a serra de Agrichousa", 



Erro incompreensível porque

Em primeiro lugar as camponesas minhotas poderiam ser de muitos sítios à beira mar mas no caso são de Areosa. Aliás a edição do Postal dizia isso mesmo. Em segundo lugar a veiga não era em Carreço; é em Areosa e é isso que dizia o tal postal. Em terceiro lugar ao fundo não estava a serra de Agrichousa! Porque Agrichousa é em Afife, não se avista do local. Não existe como serra, quanto muito terá o monte à volta com seu nome. E lá ao fundo o que se via era o encontro (ou divisão) do Monte da Paradela com o da Penedeira, "frecha" aberta pelo Rio do Pégo. E lá por cima, mais longe, o alto da Porqueira já em Carreço. E se dúvidas houvesse lá estava a empena Poente da Sociedade de Instrução e Recreio Areosense, em construção.

Terminava eu o meu artigo com um lamento

No entanto, para a posteridade, vai ficar o que está escrito na obra de Maria Lamas e não estas minhas observações. 

 Acontece que a A AURORA DO LIMA na edição de 22 de Agosto de 2024, noticia o lançamento da Obra “MEMÓRIAS DE UMPOVO” da autoria de Hermenegildo Viana e outros sobre a evolução do taje vianense registando o testemunho de 100 anciões do nosso concelho.

Coleccionador de informação, consumidor de cultura, cagaitas abelhudo – curioso – procurei a publicação e folheei-a. Quando deparei (pag. 202) com uma referência a essa tal publicação de Maria Lamas mantendo o mesmo erro por mim assinalado há um ano.  

Nem de propósito. Esta recente publicação confirma a minha premonição. A Maria de Lamas continuará a ser citada e quanto ao borra botas do do Moleiro Novo que se contente com a disponibilidade de o A AURORA DO LIMA  o aturar publicando as suas coisinhas.

Ficam para a posteridade. Pode acontecer que, no dia do meu funeral, apareçam, como de costume no dos outros, uns patuscos  daqueles  que nunca gabam nada, ninguém -  nem o falecido em vida -  e que gabam o falecido depois de morto.

Nota final

Com as minhas homenagens aos autores das “Memórias de um povo” com este reparo apenas.

Texto Publicado em A AURORA DO LIMA em 17 de Outubro de 2024

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