terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Acordo ortográfico

Não confundir com "acórdo" ortográfico muito embora se escreva da mesma maneira. A questão é fonética e não ortográfica!

Mas nestes dias esbarrei com duas preciosidades! Uma de Ferreira Fernandes, publicada  na edição da Notícias Magazine de 22 de janeiro de 2017 a qual reproduzo não resistindo a que o faço sem ter pedido autorização!

BACALHAU HÁ BRÁS

José Brás (1890-1916) é um daqueles desconhecidos heróis populares que nos entraram no falar comum e de quem tudo esquecemos. José ainda era adolescente ao entrar na Faina Maior, a pesca do bacalhau, antiga de mais de 500 anos, quando foi recrutado pela primeira vez em Ílhavo. Tinha feito oito campanhas quando voltou a partir para o Grande Banco, na Terra Nova, em 1916, ano ainda mais frio do que o costume.
Ele era um escalador exímio, dando a forma triangular ao bacalhau com a sua faca de um gume só. Ia para o mar num minúsculo dóri, onde, solitário, cercado de bruma, só ficava ligado à frota pelo bater pungente do sino da escuna mais próxima. Numa manhã, José Brás, de pé no fundo raso do bote, agarrado às duas linhas de pesca com as mãos sem luvas, só tiras de couro para proteger as palmas, tropeçou, caiu nas águas geladas e foi atacado por um cardume de bacalhaus de grande porte.
Os Gadus morhua são vorazes e também carnívoros – não sem razão, muitas vezes o isco que se lhes atira são cagarras e pequenos pássaros. Num repente, José desapareceu no destino secular que icebergues, navios mercantes de passagem e tempestades votaram aos homens da Faina Maior.
Naquele dia, o tombo do marinheiro ao mar foi seguido de uma voz vinda do cardume – foram 23 companheiros, de outros tantos dóris, que o testemunharam, no inquérito que foi feito. Interrogados no brigue que comandava a frota, disseram todos, unânimes, que ouviram a frase, menos estranha por todos a terem ouvido, pois o nevoeiro propaga melhor o som, mas espantosa, por pôr bacalhaus a falar.
Garantiram aqueles pescadores ter ouvido um grito de aviso, das profundezas do mar: «Bacalhau! Há Brás!!!», disse um bacalhau, convocando os outros do cardume. Seguindo-se os peixes todos a atirar-se ao petisco… Verdade? Mentira? O facto é que, mais de um século depois da tragédia, a lenda persiste. Aliás, como podemos comprovar, ainda hoje, ao ler as ementas dos restaurantes portugueses. Sem a pontuação atrás descrita, mas com as letras todas: «Bacalhau há Brás.»
O episódio demonstra que algumas grafias julgadas erradas podem ter uma explicação histórica que as justifica. Outro exemplo clássico é o «por ora» (no sentido de «agora») substituído por vezes pelo «por hora». Segundo este (por exemplo, em «120 km por hora») deveria estar só nos velocímetros: «Quem tira o por hora do tablier dos automóveis arrisca-se à multa», dizem os puristas.
Mas o «por hora», em vez de «por ora», é um regionalismo admissível desde 2013, quando a emigração para a Suíça duplicou de um ano para outro e aquele país se tornou o segundo destino dos nossos emigrantes. A estes, sobretudo os que foram para o cantão de Neuchâtel, berço da indústria relojoeira, até lhes fica bem dizer: «Por hora, estou cá muito bem.» Em certas circunstâncias, a gramática deve ser agradecida.
E, claro, há a velha questão da exclamação «haja Deus» escrita «aja Deus». O que poderia levar o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa – tirando isto, um abençoado lugar para tirar dúvidas – a lançar a essa troca o anátema de blasfémia. Errado, porque mais do que gramatical, a troca é religiosa. Uma, dita na perspetiva passiva do homem perante o divino; outra, reivindicativa. Uma, sofrida, outra, protestante.
Vem esta crónica a propósito de eu não considerar supérfluo quando fico super-fulo (não confundir um com o outro) quando faço um erro de escrita e mo apontam. A solução não é aprender de forma automática, é, para nos justificar, inventar histórias arrevesadas (não arrevezadas), que deem (não dêem) tanto trabalho que aprendemos de vez.
Gostaria de vender este método às escolas em geral e à de Hotelaria em especial.

FIM DE CITAÇÃO

A outra devo-a a Francisco Seixas da Costa que demonstra e muito bem, o salto civilizacional que o AO representa:

Antes de AO aquele nosso conhecido ALTO E PÁRA O BAILE queria dizer que a bagunça deveria acabar e começar o trabalho!

Depois de AO o ALTO E PARA O BAILE  a ordem é para inverter a ordem! (deve ser!)

(Nota importante! não confundam a primeira ordem com a segunda! É mesmo assim e já é de trás!) - ( de trás ou detrás?)
Ás tantas é mesmo do onomatopaico de trás!

lopesdareosa

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

A Primeira Guerra Mundial

Este texto foi-me facultado pelo meu amigo e camarada de trabalho nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, Carlos Palma. Ulisses, fez de Viana a sua Dublin, na sua odisseia pelos seus cafés. 

Atleta notável do nosso Vianense, espalha a sua imaginação pelos amigos a quem mostra as amostras do seu génio.

Esta texto também poderia ser intitulado:


"A história de como um combatente, minhoto decerto, na primeira Guerra Mundial, se encontrou, em 1969, na Lua, com AMSTRONG E COLLIN."

Mas no original é:

"A fuga do paralítico para a LUA"

"Estavamos em 1918, depois da batalha de Verdun e Smme, quando o Império austro-hungaro e o otomano, assinaram o armestício.

Nas trincheiras e crateras, ficaram feridos e mortes, pelas bombas da artilharia e pelo esgaseamento-armas químicas. Era o início de armas da produção de armas bacteriológicas. 

Numa dessas crateras estava, um soldado português, do corpo expedicionário. Que fora mandado para a França, no então famigerado governo republicano, liderado por Afonso Costa.

Entretanto o soldado português no meio do seu delírio começa ver-se no espelho da vida: de sua graça ANTÓNIO, o seu cerebo vagueava, iluminando sua vida 

Quando acorda dá-se sem uma perna e com visão que lhe era proporcionada da sua cratera, via um astro azul totalmente espetacular.

Logo se começou a interrogar
- Onde é que eu estou? 
Reparou que estava sòzinho. E assim curioso reparou que tinha a seu lado uma moleta.
Levantou-se com bastante esforço e andou, andou.
Era uma terra estranha, muito cálida e plácida.
Não encontrava ninguém, e de buraco em buraco, lá foi ele tomando conhecimento, e reconhecimento do terreno.
Depois, estafado, sentou-se e perguntou:
- O que é que eu vou comer?
Viu umas flores, aproximou-se e arrancou uma e triturou-a, com os seus dentes. Curiosidade, sentiu-se mais forte e a rejuvenescer. Entretanto foram-se, passando os anos, ou o tempo como queiram insinuar.
e António continuava a explorar, as crateras.
Pensando que aquilo deveria ter sido feito pelos bombardeamentos.
Lá foram passado os anos, até que um dia, do seu posto de observação Reparou num avião que deslocava-se em direcção a onde ele estava. e interrogou-se e pensou que deveria ser um avião protótipo.
Ergueu-se e foi ao encontro da nave. Esta tinha aterrado e dela saira de uma porta um piloto; descendo por uma escada. 
A vestimenta que ele trazia e estava usando, pensou que era contra a guerra química. António que era a... anulagem.
O individuo, que falou e disse. 
- É um pequeno passo para o homem, e um grande passo para a humanidade.
Era nem mais do que AMSTRONG.
O seu colega que desceu da nave, se eu bem me lembro era o COLLIN.
António, aproximou-se cada vez mais, e começou a gritar.
- Amigos...amigos.
Os dois viajantes do espaço, ao verem aquele humanóide, sussuram e fugiram para a nave. refugiando-se daquela criatura.
Estávamos, no ano terráquico  de 1969.
Entretanto o velho soldado português pegou na sua espingarda e fez alguns, disparos para o céu. Que ecoaram para todo o lado. Com o estrondo era o ocaso, de dia passado, pois nesse mês, sobre o épico final de guerra.
António, abriu os olhos, reparando que o sítio onde estava era um hospital, pelas vestes das enfermeiras, que naquele tempo se chamavam abadessas.
Olhou para a direita, e viu ao seu lado, um homem vestido de bata branca e deduziu, que era um médico. Era na verdade um médico, e este falou-lhe.
- Soldat, vous avez trés sort.
ANTÓNIO, espantado perguntou onde estava. Uma das enfermeiras respondeu-lhe em poucas palavras.
- Em FRANÇA, mas que iria para Portugal, o mais rápido. Pois estava em convalescensa.
Ele próprio se questionava por onde tinha andado, depois de ter perdido os sentidos. Na batalha de La Lys, se era assim que se chamava aquela terra. Pediu um copo de água, e pôs-se a olhar para a água do copo, pensando que fosse onde fosse, estava vivo.
Verificou que afinal tinha a perna direita. Contràriamente com a situação anterior, onde tivesse andado.
Passado tempo regressou.
Foi o final feliz para este soldado, e todos, do corpo expedicionário PORTUGUÊS."

Assinado Carlos Palma.

Aqui chegado, fico-me na imaginação do Palma que conseguiu vislumbrar flores nas crateras da Lua e mesmo até nas crateras de Somme.


Depois, aquele detalhe dos astronautas fugirem do desgraçado!


Depois, se algum spilbergue ou algum lucas se lembrar de passar ao cinema um encontro entre um combatente da guerra mundial com os homens que pela primeira vez pisaram a Lua apenas assim ou com as crateras como elo de ligação, sem pagar ao Palma royalties,  terão de se haver comigo.


Por fim, espero que os de Viana se lembrem de lembrar condignamente o embarque, na estação,   dos nossos combatentes. Foi em Abril de 1917. Próximo está o centenário portanto!


lopesdareosa