Por estes dias não se fala de outra coisa. O Fado - Património mundial.
Mas poucos noticiam que não só o Fado foi proclamado!
Foi e foi com
. Os grupos Mariachis, do México,
- A peregrinação a um santuário inca do Peru;
- O Yaokwa rirual dos enawenê-nawê, povo indígena brasileiro de Mato Grosso.
- O saber dos xamãs de Yuruparí, na Amazônia colombiana;
- Um ritual agrícola de replantação de arroz que se realiza em Hiroshima, no Japão;
- Uma procissão de cavaleiros que se realiza na República Tcheca;
- E um teatro tradicional de sombras chinês.
Particularizando o caso dos Mariachis Mexicanos, é interessante falar no cruzamento destes com o Fado.
E teríamos que coleccionar as digressões de Amália pelo México cantando rancheras. Surpreendentemente
não encontrei no Youtube, vídeos dessas actuações.
Mas ficaram outros testemunhos.
Amália no México, conheceu decerto Pedro Infante, Jorge Negrete, Miguel Aceves Mejia e Pedro Vargas.
Pedro Vargas aliás que tinha no seu repertório precisamente a LISBOA ANTIGA. Tê-la-há escutado na voz de Amália.
Vamos agora comparar com o original de Amélia. Como o raio do sistema não carrega mais um vídeo vou dar a volta ao sistema e abrir novo texto. Até já! Mas se clicar aqui vai lá ter!
O curioso é que todos os grupos de música tradicional mexicana que, ano sim ano não, vêm ao Festival Internacional de Folclore emViana do Castelo, todos eles, tocam LISBOA ANTIGA e sabem do que se trata!
Estas duas figuras de quem, na net, lhes roubei a imagem, têm uma coisa em comum.
Ambos, sem utilizarem isso como figura de estilo, puseram os pés ao caminho e percorreram Portugal.
Ou seja, fizeram aquilo que eu faria se me pudesse ausentar, do meu arraial, por períodos longos.
Uma foi e vai contando a sua experiência. O outro escreveu um livro - PORTUGAL A PÉ.
Muito gostaria que tanto a Isabel como o Nuno, se algum dia este sítio virem, me enviassem a resposta a uma pergunta muito simples que, depois desse percorrido, lhes coloco agora:
- Acham que os nossos governantes têm alguma noção do que Portugal seja????
TONE DO MOLEIRO NOVO
NOTA POSTERIOR (já em 22 de Novembro)
De Isabel Pessôa-Lopes recebi a seguinte resposta que vai aqui posta dado que não consigo explicar como diabo não posso comentar os comentários, dificuldade que afinal impediu a autora de se expressar por essa mesma via. Milagres ao contrário. Pelos vistos!
Caríssimo António Lopes:
Resido no estrangeiro desde 1991 mas do que SEMPRE fui lendo/registando à distância...
e agora escutado/conversado/apreendido OLHOS NOS OLHOS, de povoação em (des)povoação, com centenas de 'ilustres desconhecid@s' (i.e. noss@s conterrâne@s),
uma coisa é certa: faria toda a diferença (para melhor!) se @s nosso@s governantes eleitos por 'Ecce Povo' fossem (também) percorrer/observar Portugal (in situ e de viva voz) ... nem que de limusine aí se deslocassem (!) pois prefiro acreditar que tanta negligência governativa se deva a mera ignorância/desconhecimento (facilmente reparável) e não a incompetência profissional (eleitoralmente cobrável) ou a estupidez pura e simples (dificilmente contornável ou tão pouco aceitável) !!
Mais acrescento que
se algum dia na vida as Pessoas se candidatarem a posições de governância para SERVIREM o país onde nasceram então SIM, interromperei quaisquer das minhas aventuras para lhes CONFIAR o meu voto na urna.
Bem Haja por suas palavras ainda que (advirto) sómente os serões d'Inverno à lareira com @s Amig@s/Familiaresme permitirão contar/partilhar VERDADEIRAMENTE o que reflecti/vivenciei ao percorrer a pé e em 80 dias os (Mundos que existem ao longo dos) Pontos Fronteiríços Marítimos (Fortes/Faróis/Cabos de Mar) e Terrestres (Castelos/Fortalezas/Linha da Raia) de Portugal Continental ! ;-)
Das Rancheras, dos Corridos, das intermináveis mañanitas, das canciones que cantabam sempre um qualquer desprendido voluntário para matar ou morrer, por uma causa, por uma revolução, por uma traição, por uma discusão de cantina no meio de parrandas e borracheras.
Mataram Zapata. Mataram Villa. Fuzilaram Argumedo. Domesticaram a revolução. Já se foram ao Campo Santo os que a cantavam. Negrete, Infante, Aguilar, Mejia e outros.
Ficou o perfume das cavalgadas.
E ficou o cheiro a pólvora. Não só o da balacera em dias de celebração da independência!
Para que não se olvidassem os bons velhos tempos da revolução, dos charros, das cananas atravessadas na cintura ou no peito, os nossos irmãos mexicanos arranjaram outro motivo para continuar a saga das guitarras que choram à meia noite, dos violinos que choram igual, das trompetas que gritam e das caixas que imitam as ráfagas das metralletas.
Porque sempre choraram a cantar e cantam a chorar, tinham que arranjar um motivo. Continuam a matar-se uns aos outros, agora por causa do narcotráfico. Os sítios são os mesmos. Tijuana. Sinaloa, Chihuahua. Durango do Romance de Bob Dilan.
Pelo meio, metralhados, ficam os protagonistas. Criminosos perante a lei, heróis na lenda, cantados por outros tantos famosos por isso mesmo.
No descritivo da tragédia há uma certa semelhança com os nossos trovadores de feira que não há muito tempo cantavam por aí, ou pelas esquinas, as desgraças próprias ou alheias, distribuindo a troco de uma migalha o impresso da história contada.
Hoje o que se vende são CDs que com outras modernas tecnologias vão dando bom dinheiro a quem disso vive e à custa de situações que a outros, mais directamente afectados, só dão lágrimas e sofrimento.
No entanto fica sempre aquela facilidade singela e quase comovente que a alma mexicana tem em transmitir sentimentos.
Aqui neste corrido LA VIDA DE CHUY E MAURICIO, El Potro de Sinaloa segue e acaba a narrativa de uma forma exemplar e bem mexicana.